A educação como vento da mudança

De acordo com o pedagogo Freire, a educação não transforma o mundo, a educação muda o homem e o homem muda o mundo. Pode-se observar esta teoria no filme: “O menino que descobriu o vento”, na qual o conhecimento aplicado na prática proporcionou a mudança na vida de uma comunidade toda. Por essa razão, faz-se necessário uma mudança no olhar para a educação e seu processo ensino-aprendizagem.

          A Constituição Federal de 1988 garante uma universalização da educação para todos os cidadãos, entretanto uma contrariedade ao que está escrito na Carta Magna e a realidade atual das escolas públicas brasileiras. A falta de perspectivas dos jovens aliada a uma alienação das famílias, como nos apresenta Dermeval Saviani, leva os estudantes a não aprofundarem nos estudos e sim adquirir um documento no final de todo esse processo, o famoso “canudo”, o diploma.

          No entanto, a mudança deveria ocorrer no microcosmos e não no macro. Por isso o processo ensino-aprendizagem deveria ser mais dinâmico e não tão engessado em muitos créditos de Português e Matemática, onde os jovens não conseguem ter tempo para avaliar e repensar os estudos conectando ao saber adquiridos no seu meio com todo o saber acumulado pela sociedade e suas teias de significados como nos aponta Bourdieu.

          Diante do exposto, ao avaliar a educação brasileira por um prisma histórico, nota-se que fenômenos decorrentes da formação nacional ainda perpetuam na atualidade. Neste contexto, a universalização é um começo, mas não poderia ser o meio. Como o vento, as mudanças têm que ser aprendidas, os currículos mudados para que indivíduos possam realmente mudar o mundo e não continuar sendo forjados para perpetuar uma classe trabalhadora de mão de obra.

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